Já no Recife, Lars Grael fala das expectativas para sua terceira Refeno

O velejador Lars Grael é sempre muito bem recebido onde quer que chegue. A convivência com o mar parece ter alimentado ainda mais sua personalidade simpática e interativa. Com um par de muletas, vai driblando com habilidade os obstáculos que surgem pela frente. Não se intimida em falar sobre sua deficiência física (perna direita amputada), fruto de um acidente sofrido em 1998, quando foi atropelado por uma lancha.

A inspiração fica mais forte quando o assunto é a Regata Recife/Fernando de Noronha, a famosa Refeno, que este ano chega a sua 26ª edição. Na tarde desta quinta-feira (25), dois dias antes da largada, Lars concedeu uma entrevista coletiva na sede do Cabanga Iate Clube de Pernambuco, no Recife, para falar das expectativas para sua terceira participação na maior competição oceânica do Brasil.

“Na Refeno, só há um perdedor: quem não participa dela”, diz, com um sorriso harmonioso, o experiente velejador. Natural de São Paulo, Lars Grael chega aos 50 anos com muito pique para gastar no mar. Desta vez, a bardo do Tangará II, vai levar consigo seu filho Nicholas, de 17 anos. Sua esposa, Renata, já provou do gosto da Refeno no ano passado. É a primeira vez que Lars Grael participa da Refeno com um barco próprio. Segundo ele mesmo, a intenção é fazer um passeio em família, deixando a competitividade para segundo plano.

“Participar da Refeno é o sonho de consumo de todo velejador. Há muitos atrativos que fazem dela a maior competição oceânica do Brasil. É uma regata que mistura competitividade e confraternização. Tem muita gente que vai em família e com amigos. No meu caso é mais para confraternizar. É a primeira vez que meu filho participa de uma regata com mais de 100 milhas”, diz Lars, ciente das 300 milhas que virão pela frente. O Tangará II disputa a Refeno pela classe RGS.

Como não poderia deixar de ser, Lars Grael falou da constante ansiedade que sente sempre que vem participar da Regata Recife/Fernando de Noronha. O foco das atenções não se esconde: o belo litoral que oferece a ilha paradisíaca. “Noronha é um lugar que você fica contagiado só em ouvir falar dele, por conta de sua beleza natural. Você passa horas batalhando dentro do mar, e aí vai vendo aquela terra cada vez mais próxima. Dá um orgulho enorme saber que aquele pedaço faz parte do Brasil.”

TÍTULOS
O currículo de Lars Grael é mesmo invejável. No Snipe, classe na qual começou sua carreira, conquistou o bicampeonato brasileiro e o primeiro título mundial Foi no Snipe que Lars virou proeiro do irmão, Torben Grael. Mas seu auge aconteceu quando disputou a classe Tornado: dois bronzes olímpicos, cinco títulos sul-americanos e 10 brasileiros. Além de velejador, Lars Grael se destacou também no lado polítio, defendendo a ideologia de entidades ligadas ao esporte. Ele, por exemplo, foi Secretário Nacional de Esportes no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

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