Após quatro anos de reforma, embarcação clássica renasce para disputar Refeno
Ressuscitar um barco não é uma tarefa tão simples quanto parece. Requer planejamento, paciência e principalmente um grande investimento financeiro. Na Regata Internacional Recife/Fernando de Noronha (Refeno) 2014, o público poderá avistar alguns veleiros que passaram por certas reabilitações. Um deles é o Taru Andé, que veio de São Paulo para mostrar toda sua exuberância no litoral pernambucano.
A biografia do Taru Andé é bem curiosa. Trata-se de um barco histórico, construído em 1950, na Holanda. O veleiro foi passando de mão em mão, até que seu último proprietário teve um período de dificuldade financeira e precisou abandoná-la num terreno de Santos (SP). “Só havia o casco (de aço) dele, mais nada! Todo mundo que passava, via. Mas ninguém queria comprar por conta do alto investimento que seria necessário”, diz o comandante Antônio Vieira.
Atualmente, o Taru Andé é de propriedade do médico Moacir Marte, que, além de Antônio, tem em sua tripulação os paulistas Wellington Ortega, Vanilde Alves e Kleber Pereira. Os cincos velejadores se empenharam bastante na reforma da embarcação, que durou cinco longos anos (2008 – 2013). “Ele estava cheio de água, ferrugem e mosquito da dengue. Não dava nem para entrar nele. Foi uma verdadeira transformação que fizemos”, conta Antônio.
“O antigo dono queria aproveitar o casco dele para fazer pregos. Moacir me ligou da Argentina e falou que estava interessado na compra. Um ano depois, ele comprou e começamos o serviço. Sempre foi um sonho dele ter um barco clássico como esse”, diz Antônio. Registrado em São Sebastião (SP), o barco tem 22 metros de comprimento e pesa 45 toneladas. Seu mastro tem 25 metros de altura.
De fato, o Taru Andé tem uma estrutura diferenciada, com sua parte interna toda feita de madeira. Sala, cozinha, quartos e banheiros complementam o cenário clássico. “Todo lugar que chegamos o pessoal pede para tirar fotos. É um barco muito bonito mesmo. Usamos mais para passeios em família”, explica Antônio.
Será a primeira competição oficial do Taru Andé. Durante a viagem ao Recife, a tripulação fez uma escala em Salvador para acompanhar a regata Aratu/Maragogipe. No entanto, não estavam inscritos e só acompanharam a regata para treinar. O barco já se encontra ancorado na sede do Cabanga Iate Clube de Pernambuco, no Recife.