Taru Andé retorna à Refeno de olho no título da classe Aço
A embarcação Taru Andé, de São Paulo, já está no Cabanga Iate Clube de Pernambuco Recife para 27ª Edição da Regata Internacional Recife Fernando de Noronha (Refeno), com partida marcada para o dia 26 de setembro, no Marco Zero do Recife. Em 2014, o Taru Andé conquistou o título da Refeno na classe Aço.
De acordo com Moaci Marte, proprietário da embarcação, o objetivo para este ano é conquistar o título novamente na classe Aço e diminuir o tempo da travessia entre Recife e Fernando de Noronha. Em 2014, o veleiro fez o trajeto em 42h39min49. “Como conhecemos um pouco mais o percurso e como a embarcação se comporta em alto mar, a 20-25 nós, nosso objetivo este ano é chegar mais rápido ao Arquipélago. Estamos confiantes e animados para mais uma edição da Refeno”, explicou Moaci Marte.
A embarcação foi batizada com um nome indígena. Taru Andé é um festival indígena anual da tribo Krenaki, de Minas Gerais, que significa o encontro espiritual entre o céu e a terra. Trata-se de um barco histórico, construído em 1950, na Holanda.
O veleiro foi passando de mão em mão, até que seu último proprietário abandoná-lo num terreno de Santos (SP). “Só havia o casco (de aço) dele, mais nada! Todo mundo que passava, via. Mas ninguém queria comprar por conta do alto investimento que seria necessário”, diz o comandante Antônio Vieira.
Atualmente, o Taru Andé é de propriedade do médico Moacir Marte, que, além de Antônio, tem em sua tripulação os paulistas Wellington Ortega, Vanilde Alves e Kleber Pereira. Os cincos velejadores se empenharam bastante na reforma da embarcação, que durou cinco longos anos (2008 – 2013). “Ele estava cheio de água, ferrugem e mosquito da dengue. Não dava nem para entrar nele. Foi uma verdadeira transformação que fizemos”, conta Antônio.
“O antigo dono queria aproveitar o casco dele para fazer pregos. Moacir me ligou da Argentina e falou que estava interessado na compra. Um ano depois, ele comprou e começamos o serviço. Sempre foi um sonho dele ter um barco clássico como esse”, diz Antônio.
Registrado em São Sebastião (SP), o barco tem 22 metros de comprimento e pesa 45 toneladas. Seu mastro tem 25 metros de altura. O embarcação levou 20 dias para chegar de Paraty/RJ até o Recife e percorreu entre céu e mar 1.065 milhas náuticas.
O Taru Andé tem uma estrutura diferenciada, com sua parte interna toda feita de madeira. Sala, cozinha, quartos e banheiros complementam o cenário clássico. “Todo lugar que chegamos o pessoal pede para tirar fotos. É um barco muito bonito mesmo. Usamos mais para passeios em família”, explica Antônio.