Especial Nativo: Tranquilidade da tripulação foi fundamental para resgate
Foram aproximadamente 35 horas à deriva no alto mar. Só mesmo a experiência que os seis tripulantes da embarcação possuem pode explicar tamanho sucesso para um resgate onde tudo deu certo. “A maior lição que tiro disso tudo é que o importante é a gente ficar calmo independente da situação”, resumiu o comandante do Nativo, Jorge Neves, após um bate papo com amigos realizado no último dia 16 de outubro, no Palhoção do Cabanga Iate Clube de Pernambuco.
Tudo começou quando aproximadamente às 23h do dia 27 de setembro, horas depois da largada da 26ª edição da Refeno, um dos cabos de sustentação do barco pernambucano rompeu. Foi o suficiente para o Nativo capotar a cerca de 50 milhas da costa de Natal (RN), em um mar completamente agitado. Experientes, os velejadores mantiveram a calma e acabaram sendo todos resgatados por um navio mercantil de bandeira liberiana que transportava óleo.
"Não entramos em pânico. Largamos às 14h e durante a noite estávamos com uma velocidade muito alta, perto de 20 nós, o que é muito para o veleiro. O vento também estava muito forte. Depois de bater em muitas ondas, o crossbeam (viga de sustentação do barco) quebrou. O barco capotou e ficou emborcado", relatou ao portal G1 do rio Grande do Norte Jorge Neves.
Após o acidente, os tripulantes ficaram em cima do barco (emborcado) esperando o sol nascer para depois partir na balsa salva-vidas rumo a Natal, com a ajuda da corrente marítima. "Estávamos sem os equipamentos de navegação e solicitação de socorro. Pelas estrelas e sol, sabíamos que a balsa estava no caminho do continente", complementou Jorge.
Os tripulantes foram resgatados no fim da manhã do dia 29 de setembro. A melhor notícia: todos com saúde e muitas histórias e aprendizados para contar.